Oh, que saudade eu tenho da aurora da minha vida
Da minha infância querida que os anos não trazem mais
Que amor, que sonho, que cores daquela tardes fagueiras
Na sombra da bananeira debaixo do laranjal
Oh, dia de minha infância, oh, meu céu de primavera
Mesmo que a vida não era essa risonhas manhãs
Em vez da mágoa de agora eu tinha imensas delícias
De minha mãe as carícias e beijos de minha irmã
Livre pelas montanhas eu ai bem satisfeito
De camisa aberta ao peito, pés descalços, braços soltos
Correndo pelos campos a rodas das cachoeiras
Atrás das asas ligeiras das borboletas azuis
Daqueles tempos ditosos ia colher as pitangas
Trepava e tirava mangas, brincava à beira do mar
Rezava a Ave-Maria achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo e despertava a cantar